30.4.01

Amon Tobin

Liberdade é passar a mão na bunda do guarda e dançar drama e beiço. O único som pra dançar de qualquer jeito MESMO é db: dança da chuva, samba, pulinhos bizarros sacudindo os braços pra tudo que é lado, precisa nem estar no ritmo. Vi de tudo e tudo tá valendo. Mas tinha que rolar num lugar mais ventilado, que aquele cinema não é mole de aguentar não. Lembro do Marky, que pra curtir a gente teve que ignorar 40 graus e a cerveja que esquentava já no trajeto bar-pista. Comparativamente, até que no Tom Jobim tava vazio. Deve ter sido porque os seguintes pélas deram o bolo e foram guardar lugar na fila pra ver Backstreet Boys:

Soube que o puto do Nicholas tava no Rio e decidiu não aparecer no Íris; Juliana e o Tiago simplesmente não deram as caras. MaCals, meu parceiro de pista do terraço também não foi. Chuif. Assim num dá.

26.4.01

Audrin

O blog desse maluco é beleza.
LOUD

Tom Jobim na pista eletrônica. Quem vai?
U So Fyne

Essa quem me passou foi a Thata, que tá lá nos Miami fotografando chicos. Ela achou que parecia com meu tipo de senso de humor.

Trata-se do U So Fyne, um dispositivo levantador de moral através de e-mail, manja?

Experimenta, mal-comido: U So Fyne

25.4.01

Palavra

Escrever, com a intenção ou não de ser publicado e lido, é uma escolha e um posicionamento. É pedir muito a pessoas que fazem parte de um movimento literário, por mais despretensioso que seja, pensá-lo criticamente (no que há de positivo e de negativo)?

Palavra e discurso são análise, são escolha e política até em se tratando de Paulo Coelho. Por que não seria assim conosco? Vejo jornalistas "inocentemente" apontando falhas em nós quando não pedimos para ser chamados de nova geração de nada e isso me deixa puta porque poderia ser evitado com discussões mais abertas. Infelizmente, elas acabam confundidas com acusações, como se o seu propósito fosse o de tolher a criatividade de alguém. Podem me chamar de antiquada mas eu continuo achando melhor pensar sobre o que se escreve. Senão é psicografar.
Casa, comida e roupa lavada, Jaguar!

Comprei Ipanema, livreto do Jaguar sobre o bairro carioca, faz um tempo e esqueci de escrever sobre. Não há muito o que dizer, exceto que só me caso no dia que eu encontrar alguém que me faça rir como o Jaguar.

Procurem:
Editora Relume Dumará, série Contos do Rio.
Fred 04

"Está na hora de repensar a lógica da indústria do entretenimento, de monocultura basta a cana-de-açúcar".

24.4.01

ET telefonar casa

Há algumas LOUDs (mais precisamente na do show do B Negão) eu tava fazendo dança da chuva na pista de drum and bass que fica no terraço do Íris com um amigo sem blog, o MaCals. Lá pelas tantas a gente reparou num cara de blusa laranja fazendo uma dancinha muito mais bisonha ao redor da gente. Passou a noite se sacudindo desorientado, acabou ganhando apelido: virou planetinha porque parecia um planetinha fora de órbita (coisa mais tchôla, eu sei). Com balé esquizofrênico e tudo, era um cara simpático. Com umas dez latas de cerveja a menos no organismo, é um cara interessante. Já vi ele sóbrio em alguma aula na faculdade.

Ninguém viu um cara assim por aí?

21.4.01

Traduções

Parei com esse negócio de conto basicamente porque eu acho uma merda escrever "baseado" numa conversa de boteco mudando o nome do Orlando pra Zé porque Zé fica mais natural do que Orlando (cê já viu personagem do Veríssimo se chamar Orlando?) com uns trechos sampleados do péla Werther. Decidi voltar às traduções de poetas do século retrasado que sempre me trouxeram grande satisfação, embora eu coma muito menos gente agora do que costumava comer quando eu escrevia sobre a minha vida fingindo que falava da vida dos outros. Pra não recair neste horrível vício do escritor internauta muderno que é escrever sobre si mesmo e o bicho de estimação pulguento que o atura recitando os textos dos amigos, aí vai a versão livre e interpretada de um poema da jovem feminista Cerys Matthews, que pregava (hmmm) que uma mulher atende qualquer pedido no dia que ela descobre que cabe de novo em uma calça 36.

I'd rather be liberated,

Sou mais tu me liberar hoje e eu dobrar na Segunda

I find myself captivated

Tô me sentindo em cativeiro

Stop doing what you , Keep doing it too

Pára com ilson, deixa dilson

I'd rather stay bold and lonely,

Prefiro ficar careca e sozinha

I dream I'm your one and only

Do que trabalhar Sábado à noite

Stop doing what you... Keep doing it too

Bicho...

Things are getting strange, I'm starting to worry

O servidor saiu do ar

This could be a case for Mulder and Scully

“Chama o técnico”, tá brincando, hoje é SÁBADO

Things are getting strange, now I can't sleep alone

O site saiu do ar e eu tô aqui sozinha

I'd rather be jumping ship,

Eu preferia pular da janela do escritório

I find myself jumping straight in

Quem sabe se você ´tivesse saindo do prédio, eu caía na tua cabeça

Stop doing what you... Keep doing it too

Peida não...

Forever be dozy and dim

De agora em diante só trabalho doidona

I wake myself thinking of him, lalalalalalala...

Vou fumar um todo dia no almoço, lá lá lá lá...

Stop doing what you... Keep doing it too. lalalalalalala

E bater a cinza... No teu teclado anatômico, lá lá lá lá

Things are getting strange, I'm starting to worry

Bolei, o site tá fora do ar

This could be a case for Mulder and Scully

Cadê o palhaço que mexe nisso?

Things are getting strange, now I can't sleep alone...

Ele é bizarro, dá medo de dormir sozinha depois de ver o cara

Here, my bed is made for two and there's nothing I can do

Na minha cama só aparece cachorro e pulga mas eu não encaro esse não

So tell me something I don't know

Mas diz aí, que é que eu faço

If my head is full of you is there nothing I can do?

O CACHE tá cheio mas não consigo deletar os arquivos

Must we all march in two by two by two?

Fala sério, tô aqui desde as duas, desde as duas

And as for some happy ending, I'd rather stay single and thin

Não, o que eu disse foi que tu podia me pedir qualquer coisa hoje porque eu tava feliz que entrei numa calça 36 que não cabia em mim desde o ano retrasado mas trabalhar sábado é sacanagem

Stop doing what you... Keep doing to me

Não tudo bem, eu não ia fazer nada mesmo

Things are getting strange, I'm starting to worry

Hoje nem tem LOUD

This could be a case for Mulder and Scully

Vou ligar pro técnico, ele é tão feio que num deve ter nada melhor pra fazer hoje

Things are getting strange, now I can't sleep alone here

Vou passar a noite aqui com aquele sebento

Things are getting strange, I'm starting to worry

Pior que já tô doidona, se ele chegar junto fudeu

This could be a case for Mulder and Scully

Fudeu

Things are getting strange, now I can't sleep alone

Num é que o cara veio?

So what have you got to say about that?

Oi, gatinha, cê vem sempre aqui?

And what does someone do without love?

Que que cê tá fazendo aqui sozinha, meu amor?

And what does someone do with love?

Dá um beijinho aqui que eu boto o site no ar

Paris é uma festa mas a doorgirl me barrou

Como é do conhecimento de quase todos tranquei matrícula na faculdade de jornalismo para me dedicar a escrever críticas de letras de música, que passam a ser publicadas na The Transatlantic Review. Além disso, estou temporariamente alucinando e me sento todos os dias na Praça Paris bebendo vinho Dom Bosco direto do gargalo e acreditando estar em Montparnasse, onde espero por Miró para tramar uma maneira de quebrar as guitarras dos cubistas.

Em primeira mão, excertos da minha nova linha de trabalho: uma análise da tradução livre de “No Surprises”, do jovem poeta inglês Thom Yorke de Radiohiddeous:

A heart thats full up like a landfill,

Um coração lotado como um acampamento de sem-terras,

a job that slowly kills you,

Um estágio que não dá ticket-refeição, e por que diabos eu tenho que tomar decisões de marketing se sou redatora?

bruises that won't heal.

Herpes genital.

You look so tired, unhappy,

Você me olha como se eu fosse a Zezé Macedo,

bring down the government

Joga ovos no Serra

They don't, they don't speak for us

E depois diz que não participo das reuniões do Centro Acadêmico porque sou uma burguesinha diletante.

I'll take a quiet life,

Eu vou tomar um Lacto-Purga

A handshake some carbon monoxide,

Cheirar benzina com os calouros de Psicologia,

no alarms and no surprises X 3

Eles pelo menos tomam banho três vezes por semana

Silent, Silent

E nem reclamam, E nem reclamam

This is my final fit, my

E digo mais: esse aqui é Marcelo, meu

final bellyache with

personal trainner, e ele tá me comendo

no alarms and no surprises

sem surpresinhas do tipo que as mulheres não gostam de ter quando dão pra alguém, se é que você me entende

Such a pretty house

Que casinha maneira, hein? Vai herdar do teu pai?

Such a pretty garden

Posso assentar uns sem-terra no seu jardim?

no alarms and no surprises

Tem alarme contra ladrão?

“No Surprises” (“Nem Vem Que Não Tem”) foi a primeira tentativa de Yorke de Radiohiddeous usando a voz feminina. Foi também a última, já que todo mundo achou meio ridículo um marmanjo daquele falando fininho. O tema causou celeuma: luta de classes e doenças venéreas sempre foram assuntos controversos na Inglaterra. Mas deve prevalecer sobre qualquer ataque a ousadia com que o autor soube abordá-los.

Na semana que vem, “Beggar´s Banquet” – Rolling Stones (“A gente é pobre mas é limpinho”).







20.4.01

Loopcínio Rodrigues

Bicho. Fui ler as letras do Loopcínio Rodrigues e até eu fiquei triste. Não coloquei o vinil pra girar porque temi um acesso suicida. Saca só:

Vingança

"Eu gostei tanto
tanto quando me contaram
que lhe encontraram
chorando e bebendo
na mesa de um bar
e que quando os amigos do peito
por mim perguntaram
um soluço cortou sua voz
não lhe deixou falar
(...)
O remorso
talvez seja a causa do seu desespero
você deve estar bem consciente do que praticou
me fazer passar essa vergonha com um companheiro
e a vergonha é a herança maior que meu pai me deixou (...)"

Esses moços, pobres moços

"(...) Se eles julgam que a um belo futuro
só o amor nesta vida conduz
saibam que deixam o céu por ser escuro
e vão ao inferno à procura de luz"

Loopcínio era muito metal. Ou, como diria o Tiago: o Ian Curtis de seu tempo... Parei por aqui pra não deprimir ninguém :-p

Pra animar, uma história pedô sobre Loopcínio:

- Me vende um cachinho. Eu pago $900 por um cachinho seu.

Em Santa Maria, era a brincadeira que o Cabo Loopcínio fazia com sua vizinha; uma menina de três anos chamada Cerenita. Quinze anos depois, o compositor Loopcínio casou com a menina dos cachos dourados (epa) pondo fim a sua carreira de celibatário (!)



No Napster ou no Audiogalaxy

Na Pista, primeira música do 4track Valsa mixada da leva que estamos gravando no Estúdio Mills. É pra uma coletânea alemã.

Dá pra baixar inteira. Acho que tem grave demais e o solinho da Fafá pede tratamento, vamos mudar esses detalhes antes de fazer o CD. Baixem lá e me digam o que acharam, oqueeei?

Mais uma do PF

Há dois dias que não falo com ninguém e não vejo a cara de ninguém. Por comparação, estou me achando ótimo.
Vazou faixa nova do Weezer

Develly avisa pros fãs de Weezer: WEEZER GREEN TRACK é a faixa do próximo CD da banda que anda circulando no Napster. Não aceitem imitações. Tem muita coisa que aparece como sendo do disco novo e é balela. Safe download pra todo mundo.

19.4.01

Maybe I´m Amazed

Paul McCartney nunca pára de me surpreender. Gravou uma faixa com o Super Furry Animals no último disco da banda. Sua participação consistiu em mastigar aipo no ritmo da música.

Da cortiça à esquerda desta mesa em que trabalho ele me olha e diz: "É só porque eu posso".

18.4.01

Joey Ramone

Pelo meio da tarde eu já teclava sem muita convicção quando ouvi aquelas notinhas agudas, som contínuo, muito conhecido, insistente, non-stop. Olho pela janela do quarto onde eu trabalho e vejo ele lá embaixo, um bicho pequeno e remelento. Ah, e a barriga de verme. Todo filhote de gato de rua tem barriga de verme, especialmente os que as pessoas costumam jogar dentro da minha casa. Peguei Joey Ramone no colo (vocês não têm noção do alcance vocal da criança, poderia ter gravado todos os álbuns dos Ramones em miados num dia que não ficaria rouco) e pus dentro de casa.

Minhas duas gatas começaram a baixaria: a mais brava picotou com os dentes uma planta que venho tentando deixar crescer em volta da escada que leva da sala aos quartos e a outra limitou-se a estender as patas dianteiras sobre a porta numa típica cena "ou ele ou eu". Pus o bicho no banheiro da área. Mesmo isolado por duas portas (banheiro e área), ainda dava pra ouvir a poderosa voz de Joey. As gatas tocavam o zaralho na sala em protesto. Liguei pra minha mãe e contei sobre a crise. Com especial cuidado, mencionei o status da planta que deveria crescer em volta da escada na sala: parecia confeti espalhado pelo chão.

Joey ainda tá no banheiro lá fora, devidamente alimentado e sem remelas agora. Minhas gatas tomaram toda a cama como forma de compensar a afronta que Joey representa. Minha mãe tentou remover a gata brabinha do travesseiro para, quem sabe, se deitar numa ponta, mas ela rosnou. A outra já se deu por vingada ao ocupar metade da cama mas a preta não vai esquecer isso tão cedo. Vou postar uma foto dela aqui pra ver se ela me perdoa por ter feito essa coisa estúpida e egoísta que é acolher um gatinho faminto. Me perdoa, filha?


14.4.01

Tá interligado, tá tudo interligado!

"Na era da informação, informação tem que estar disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana: é isso que 24/7 quer dizer, e que já dizia para eletricidade e telefone, por exemplo. (...) Ao invés da informação estar por aí em regime 24/7, nós estamos começando a trabalhar o tempo todo, todos os dias da semana, para que ela esteja, ou em função dela estar." => tá em www.no.com.br, tecnologia.

E a gente já não sabe disso? Se eu conecto Sábado à noite ouvindo a trilha do High Fidelity e descubro uma falha em qualquer coisa do site em que trabalho, eu conserto. De roupão e cantando "understand it, suuuugar..." mas conserto. A gente não pára de trabalhar. Da mesma maneira que, trabalhando durante a semana, bato papo com os amigos no ICQ como se estivesse no boteco. Tem um lado bom e tem um lado ruim nesse lance de interligar tudo, então, beibi.

"Eu sou feio... mas sou bonito!"

Novo disco do Wander Wildner. Fala, Wander:

"Bueno!
Depois de um longo período de espera para finalizar o lendário cd "Para-quedas do Coração", sem sucesso, resolvi dar um basta na situação. Me desliguei da gravadora Trama e dei um tempo para Tom Capone, produtor do Para-quedas. Livre, criei um novo disco, meu terceiro solo." O disco é lançamento independente da Punkbrega e da Barulhinho Records. Bonitão. Boa sorte.

A capa foi inspirada em alguma do Aphex Twin?


13 de abril de 1981

Juju, cê sabe o que o Andy tava fazendo no dia do teu aniversário em 1981?

"Fiz as malas de manhã, depois tomei um Valium e dormi profundamente. Fred bateu na porta e Chris Makos ligou, já pronto para ir. Chris é a companhia perfeita pra mim. É tudo o que sempre quis. É ativo, mas aí não é ativo. E é uma criança. Vai à festa de sexo e volta satisfeito, de alma lavada, e está bem apaixonado por seu amante, Peter, é muito atencioso, e quando vai aos lugares fica só esperando hora de ir embora - exatamente como eu - e me faz correr por todos os lugares, embora agora ele é que me faça carregar sua mochila. Não me importo, porque é tudo excitante e me faz sentir jovem. Ofereci uma recompensa a Chris - o relógio de pulso que ele quer - se conseguir que Jon Gould se apaixone por mim. É confuso, porque Jon tenta manter uma imagem de hetero, me diz que não é gay, que não pode... mas, quer dizer...

Voamos de concorde, cheguei em casa às 9 em ponto. Telefonei para Jon Gould e ele disse que não podia conversar, que a banheira estava transbordando.

De táxi ($4) até downton. Conversei com Marc Balet, que estava no escritório, ele projetou o catálogo da agência Zoli onde colocaram minha foto - o catálogo de modelos. Já me ofereceram trabalho, agora sou oficialmente modelo.

Doria Reagan veio trabalhar. E aí quando olhei pela janela e vi Ron andando pela rua sozinho e vestindo vermelho berrante e, quer dizer, se eu conseguia identificá-lo da janela... E Doria sabia onde estavam todos, ela disse, "Há três homens do Serviço Secreto na frente e quatro atrás". Vieram pela escada porque o elevador está estragado.

E aí eu queria ver Barbara Stanwyck à noite no Lincoln Center, vão dar o prêmio anual da Film Society para ela, e liguei para Sue Salter, a relações-públicas, e ela foi podre: "Ah, querido, estamos com lotação esgotada", e eu disse para ela, você sabe "Nós já fizemos tanto por vocês", e ela disse que tentaria conseguir um ingresso mas que eu teria que pagar, e que poderia conseguir dois ingressos, mas que custariam 250 dólares, e eu disse, "Está ótimo". Ao menos agora não vão mais poder pedir favores. Talvez a melhor coisa seja sempre pagar e aí ninguém pode pedir nada em troca. Mas ano passado me deram ingressos grátis.

Jon Gould pediu que eu fosse buscá-lo e Chris Makos e eu caminhamos até o Alice Tully Hall e havia uma porção de lugares vagos e fiquei realmente odiando Sue Salter do fundo da alma. Pelo menos os lugares eram bons, fila J. E as cenas de filmes de Barbara Stanwyck eram óimas, embora tenha ficado chato porque repetiram sempre as mesmas. Às 11h30 Chris me deixou."
"Eu gosto de Elton John"

A coisa, dita de qualquer maneira, soa grave como a confissão mais sinistra. Começou com a trilha de "Quatro Casamentos e Um Funeral". Tinha lá o "Crocodile Rock" e a cover de "But Not For Me", by Elton John. Fui ouvindo aquele negócio, notei que era uma constante o vinil (é, vinil que sou arcaica mesmo, compro aos montes) rodando lá no meu quarto, eu sempre cantando aquilo no chuveiro com um gooooosto... aí o caldo entornou de vez quando saiu o "Quase Famosos", que traz a brilhante "Tiny Dancer". Chora, cavaco.

Só na semana passada que tornei pública esta minha falha de caráter. Disse em voz alta, no corredor do supermercado: "Descobri que eu gosto de Elton John". Meus amigos ensaiaram um apoio, dizendo que ele era legal. Por dentro, o temor de que eu apresentasse uma coletânea do cantor para girar no player do carro na viagem de volta pra casa os consumia.

Feliz aniversário, Juju

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão como tenho deitado a vida).

10.4.01

Filmes educativos

Se O Marido Atender, Desligue (19/04 às 20h no TCHappy)
O (a) amigo (a) manja a Sandra Dee? Pois é. Nesta comédia tipicamente 60´s, ela faz o papel de uma moça casadoira que, ao finalmente agarrar um marido, treina o cujo segundo um livro de adestramento de cães cedido por sua mãe, que vive um casamento feliz com o papi há vários anos.

Se Meu Apartamento Falasse (25/04 às 17h, no MGM)
Marilyn Monroe. Peitões e história sobre homem casado querendo comer a vizinha. Enfim, diversão para toda a família.

Harry & Sally(17/04 às 21h45 /// 18/04 às 06h25 /// 21/04 às 18h20 no TCHappy
É verdade que, com esta comédia, Nora Ephron e Meg Ryan ajudaram a perpetuar um romantismo fatalista com raízes em Jane Austen (todo construído em cima da idéia de que existe Uma Pessoa Certa para cada um) na cabeça das mocinhas da década de 80 e ainda pescaram uma otárias nos anos 90 com comédias menores como Mensagem Pra Você. Mas Harry & Sally é clássico. Se tu não gosta é porque tem as tripas misturadas com o coração. Ei. É, você mesmo, mané. Não vai me chamar pra ver isso na tua casa, não? Eu levo pipoca de microondas... um par de algemas... hein? hein? Um pouquinho de romance não faz mal a ninguém.

9.4.01

It´s a will to be shown to someone I don´t know

Blog é isso? Igual àquela musiquinha, "Round & Round", do New Order?

Ou é só um jeito de não pagar 50 pilas
por consulta praqueles felasdasputas?

Ontem no japonês uma amiga me deu um sashimi
e a notícia de que foi aprovada uma lei
que proíbe a internação dos maluquinhos.

Isso mesmo. Acabou esse
negócio de depositário de maluquinhos com
tratamento desumano. O cara que surtar agora
vai lá no hospital, toma um remedinho e vai pra
casa. Eu aprovo.

Ninguém fica melhor tomando
eletrochoque, dopado 24h por dia
ou passando necessidade em
um lugar sujo. Quem quiser ler mais o que
eu acho sobre loucura e internações,
é só pedir texto pelo email: xperienz@gogo.com.br

N.P.:
Acordei 80´s hoje. Já rolou Blitz e agora tô no
New Order.

Incorformados

De Hélio Pellegrino pros artistas: "Esse mundo, tal como está, precisa explodir. A crise, hoje, é uma crise radical. (...) O artista pode ser tudo o que quiser, menos bem comportado. Sua tarefa consiste em, dar um testemunho ardente da sobrevivência do homem. Essa sobrevivência, hoje, pode ser afirmada através de um inconformismo que chegue às últimas conseqüências. A respeitabilidade, em nosso tempo, é pior que o pior palavrão".

Tem também a frase do Paul McCartney: "Some people wanna fill the world with silly love songs."

Mais cervejas que Austen

Platônico is the way to go, claro, li Jane Austen ainda pirralha,
mesma época em que tomei as primeiras cervejas, deu nisso.

Em ordem de desacontecimentos:

Eu vejo, gamo, converso, babo e depois
de um período que pode durar de seis meses
a dez anos, ele resolve que eu sou bacana.

Incompetência minha? Mais elegante dizer que
é timidez. Descobri que falo alto e sou
simpaticona quando tô com mais cagaço das pessoas,
o que é uma forma de timidez.

6.4.01

Bacalhaus of the world, unite and take over

"Olhando os bagulhos abundantes nas ruas de Nova York da janela do táxi, concordo com William Raspberry, colunista, que a camada que mais sofre discriminação no mundo é mulher feia. Se for talento, não vale, claro, mas pensem na criatura comum. Quem a defende?" Isso lá é verdade, Paulo Francis. Onde existe ONG pra mulher feia? Não tem.

Lembre-se: Barangose Aguda tem cura. O que não tem cura é o preconceito.

5.4.01

Manhattan está afundando como uma pedra!

Quem leu o jornal (ou o Millôr e o Gaspari, melhores que o jornal todo)
ontem sabe que não é só Manhattan. A partir de Washington,
irradiando para o resto do mundo, Bush vai levar nos todos
pelo cano de esgoto, favorecendo os interesses das
mega empresas mais poluentes do planeta - todas americanas -
que puseram dinheiro na sua eleição. Contra tudo, contra todos e contra o
Tratado de Kyoto. E daí que o clima esquente um pouquinho demais
nos próximos anos e nós comecemos a sofrer mutações genéticas
(em caso de sobrevivermos)? Deve ser um charme ter duas cabeças.

Manhattan está afundando como uma rocha é frase de
"Romeo had Juliet", de New York, disco
de Lou Reed que coloquei por não ter
encontrado o VU, do Velvet Underground.
O clima está mudando e é tempo de ouvir Velvet.
Mas meu disco sumiu. Só me sobra o New York, que
para uma sobra, é demais :-)

HMTL, BDL, aquilo na mão, a mão naquilo

Primeira vez aqui? Não estranhe o visual pobre do site. Eu prometo que vou ler as aulinhas do Terra Informática e aprender uma coisa ou duas sobre HTML pra melhorar o blog, oqueeei?

BTW, já viram oglobo.com.br hoje? Os infográficos não mentem:de acordo com o IBGE, são 78.470.936 homens pra 81.865.435 mulheres (deseseperadas). É, bicho. The thing is getting black.

n.p.: Billy Bragg "Must I Paint You A Picture"

4.4.01

"Você é sapatão?"

Hmmm. Não pensei que receberia um e-mail tão cedo sobre este site. Era só uma perguntinha sobre o conteúdo "altamente" (pffff) homoerótrico (gaaaah) de um dos parágrafos que eu tinha escrito. Bom, você não entendeu nada, beibi ;-p

3.4.01

I went to hell and back to see you smile

Vou contar pra vocês o que é estranho mesmo em ficar maluco. Não é a maluquice em si, o surto. Porque o doido, quando tá doido, não sabe o quanto não se enquadra, não tá nos trinques ou disfarçando bem como o resto do pessoal. O doido é aquele que tá tão cansado das coisas que parou de disfarçar bem. O estranho da doideira mesmo é o depois: quando, e se, você sai dela e saca o quão doido estava. Não tô familiarizada com o jargão nem com o que convencionam enquadrar como doideira das autênticas (nem quero estar por dentro, que esse povo puxa fumo de má qualidade, daí a mania de achar que a cabeça e os sonhos dos outros são um livro aberto e interpretável por qualquer cotia do Campo de Santana) mas ouvi dizer que deprê entra na agenda dos curandeiros de psiquê. Olha que até rima. Dá pra fazer um refrão. Depois eu vejo isso.